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Archive for the ‘Urbe’ Category

Conhecer uma cidade de bike deixa primeiras impressões imprecisas. É uma delícia avistar as fachadas coloridas se alternando em alta velocidade, mas nem sempre dá tempo de ler todos os letreiros que especificam a atividade comercial de cada uma delas. E em Bogotá, como a sinalização e a disposição das ruas é bem diferente de São Paulo – pelo menos no bairro da Candelária –,  fica difícil de parar de prestar atenção em todos os lados de onde podem vir carros para passar a fitar o que está acontecendo na cidade.

Rua de Bogotá
Com medo de me perder, andei em círculos. Ver as mesmas pessoas algumas vezes e as ruas se repetindo me tranqüilizou, confesso. E uma barraquinha insistente em aparecer pelas esquinas me atraiu.

Barraquinha de Bananas fritas

Vendiam lascas de batatas, maçãs e bananas fritas com sal. ESPETACULAR. Junto com o salgadinho de batata, mordisquei a cidade inteira. O castelhano amoleceu no ouvido. E parei de querer controlar o guidão.

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Hoje eu não quis almoçar

Preferi endorfina à comida sem gosto. Saí bisbilhotando todas as caçambas, cheirando os amontoados de lixo e fitando as filas dos restaurantes. Fui feito o Jonh, personagem do Neil Gaiman que se perdeu num passeio porque as ruas se embaralharam e as pessoas nunca chegavam perto dele. Um senhor lhe esclareceu que toda cidade possuía alma, estava viva, e, assim sendo, às vezes as cidades sonhavam. Aconteceu dele se perder na viagem onírica da metrópole, sem saber se aqueles lugares e pessoas, de fato, existiam, ou estavam sendo sonhados pela cidade.

Gostei de pensar que pedalava num asfalto sonhado.sonho

Pesadelei que estava presa no passado.Passado

Que andava numa rua em que todas as portas de casas eram iguais.
Porta iguais

Cacei, como um cão, fuscas e efemérides. Mas só encontrei os fuscas.Fusca

Ouvi conversas sobre chefes perversos e filhos doentes. E reclamações sobre mulheres afobadas. “Não se afobe não que nada é pra já”, pensei. E sorri dos sábios, em vão, tentando decifrar por que uma garota sem carro, sem almoço e quase sem cabelo estava tão sorridente. É tudo uma questão de por onde se vê a rua. E a vida.
Carro

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De vez em quando eu tenho que sair da redação e fazer reuniões pela cidade. Na última segunda-feira, visitei um estúdio que ficava a duas quadras da praça do pôr-do-sol, na Vila Madalena. Inda bem que eu tava de bike pra ver tudo isso aí…



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O carnaval já passou e o pierrot não rangou a colombina (pô, Cristina!)

A quarta-feira de cinzas acordou silenciosa. Eu que de ressaca fico mais sensível ao barulho. Não fossem as caras cansadas, nem resquício de carnaval. As avenidas República do Líbano, Hélio Pelegrino e Faria Lima estavam limpas, no asfalto só água da chuva. Quando cheguei à altura das obras do largo da Batata, avistei, ao lado das tábuas de madeira que separam os buracos dos carros, uma latinha de cerveja que ainda pulsava. Logo mais à frente, no restinho de ciclovia da Faria Lima antes de chegar à rua Pedroso de Moraes, três confetes que o vento não conseguia desgrudar do chão.

Saí das grandes avenidas e entrei nas ruelas de Pinheiros. No portão de uma casa, um pandeiro caído e um cachorro latindo um samba sentido.

Pedalei respirando esses pedaços de carnaval, sem clicar. Achei que nenhuma foto (minha, pelo menos) faria jus à força dessas imagens.

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Dindi’s Rules

Sexta-feira saí do trabalho preguiçosa, fazendo ruídos para esticar as pernas, demorou até conseguir me levantar. Meti a bagagem pesaaaada nas costas e saí rodando pela cidade, já sabendo do trânsito que me esperava.

Peguei o metrô e descobri que gosto muito mais da avenida Sumaré do que da estação.
Saltei na consolação porque queria ver o movimento da rua. Pela primeira vez, parei de fitar os carros e olhei para os lados. Sem o menor medo de me deixar conduzir, espiei o movimento nas calçadas e avistei uma escadinha para uma sebo-galeria. Lá embaixo o lixo é reciclado e não pode colocar o pé na parede.

Deu um desânimo pra subir, mas é tudo uma questão de força motriz.
De volta à avenida Paulista, comecei a detectar harmonia no caos do trânsito. Tinha qualquer traço de melodia quando aquelas buzinas e motores se manifestavam. Até que as notas de Por Una Cabeça, de Carlos Gardel, tomaram conta do que cheguei a pensar que fosse alucinação. Mas foi só torcer para o lado e constatar que tinha um violinista reproduzindo a trilha do Perfume de Mulher.
Fiquei imaginando uma versão urbanóide, com percussão, de repente até uma guitar pééééééééééééé “OLHA PRA FRENTE!!!”.

Lá no comecinho da avenida Paulista me diverti com as pinturas com buracos nos rostos. Mas tanto os pedestres quanto os motoristas pareciam muito ocupados para se divertir.
Cheguei, enfim, ao bar e me entreguei a uma cervejinha. Ninguém é de ferro! Digo, algumas até são, mas eu vim de alumínio!

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Cortinas coloridas

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Coisas que mudam com a magrela

1. Sabe aquele papo de que pra curar baixa auto-estima de mulher é só passar na frente da construção? Então, agora posso dizer com conhecimento de causa, pedalar é MUITO mais eficiente.

2. Todos os dias eu conheço gente nova. Sempre que to carregando a bicicleta dobrada no metrô ou no cinema, alguém vem perguntar quanto paguei, como funciona, etc etc.

3. Nunca mais perdi tempo procurando lugar para estacionar.

4. Percorro toda a avenida Paulista em 4 minutos, independentemente do trânsito.

5. Meu braço direito está bem mais forte que o esquerdo. É ele que carrega a magrela.

6. Quando vou a algum lugar novo, procuro o metrô mais próximo e o caminho com menos
subidas.

7. Quanto mais trânsito, melhor: os carros ficam parados enquanto eu mantenho velocidade constante no cantinho da rua.

8. Pego um taxi por semana, em média. (nunca mais do que três). Somando o que eu gastava com gasolina, manutenção, seguro e IPVA, o que eu gasto com transporte público e taxi por mês agora não chega nem à metade.

9. Todo dia faço um passeio, por menor que seja, num lugar novo.

10. Vou muito mais ao cinema.

11. Agora ouço CDs inteiros: não dá pra ficar pulando as músicas de que não gosto no iPod enquanto pedalo.

12. Uso muito menos cartão de débito, tiro às segundas-feiras o dinheiro que planejo
usar na semana. Resultado: controlo BEM melhor minhas finanças.

13. Vivo com uma garrafa de água, um desodorante, um perfume e um livro na bolsa.

14. Pego muito mais carona.

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O bêbado e o equilibrista

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Na Rotina e fora dela

Na volta do trabalho resolvi pegar o metrô para encurtar o caminho
Desci na estação São Judas do Metrô e dei uma passadinha no mercado para comprar maracujá e gengibre: estava DOIDA por um chá. Não achei minha corrente na mochila e fui correndo achando que seria seguro deixar a bike solta lá na porta.
Este simpático segurança, Paulo Silva, carregado de um delicioso sotaque cearense, não achou que fosse tão seguro assim. Sem que eu pedisse, ele grudou do lado da minha magrela e não deixou ninguém chegar perto. Ainda recomendou que quando eu quisesse fazer compras à noite, escolhesse segundas, quartas ou sextas a partir das 20h. É quando ele trabalha.

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Flanando a caminho do trampo

A chrysler e eu
De repente começa a ciclovia da Faria LimaObras no Largo da Batata
Ciclovia Sinalizada!
Os coxinha atrapalhando a ciclovia
Bicicletário do prédio

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